terça-feira, 24 de maio de 2011

SANTA SARA KALI





Santa Sara Kali é a padroeira dos roma (ciganos).

Existem diversas lendas a respeito da origem de Santa Sara.

Algumas falam que ela seria serva e parteira de Maria, e que Jesus a teria em alta estima por te-lo trazido ao mundo. Outras, que era serva de Maria Madalena. Seu centro de culto é a cidade de Saintes-Maries de la Mer, na França, onde ela teria chegado junto com Maria Jacobina,irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro e Maximinio. Eles teriam sido jogados no mar em um barco sem remos nem provisões, e Sara teria rezado e prometido que se chegassem a salvo em algum lugar ela passaria o resto de seus dias com a cabeça coberta por um lenço. Eles depois disso chegaram a Saintes-Maries, onde algumas lendas dizem, foram amparadas por um grupo de ciganos.

A imagem de Santa Sara fica na cripta da igreja de Saint Michel, onde estariam depositados seus ossos.

O epíteto Kali significa "negra", porque sua tez é escura. Seu culto se liga ao culto das Madonas Negras.

Fontes variam: se sua canonização consta de 1712, ou se é uma santa regional. Sua festa é celebrada nos dias 24 e 25 de maio, reunindo ciganos de todo o mundo.

Sua imagem é coberta de lenços, sendo ela uma protetora da maternidade. Mulheres (romi) que não conseguem engravidar e mulheres que pedem por um bom parto, ao terem seus pedidos atendidos, depositam aos seus pés um lenço (diklô). Centenas de lenços se acumulam aos seus pés.

As pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, por sua fama de atender todos os que depositam verdadeira fé nela. Mas perseguirá os opressores, os racistas, aqueles que vão contra seus protegidos prímevos, que são os roma. Santa Sara é a santa dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.


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HISTÓRIA DE SARA KALI
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Por volta dos anos 50 d.c, uma embarcação cruzou os mares a partir de terras Palestinas levando a bordo para fugir das perseguições de Roma aos primeiros cristãos, um grupo de personagens bíblicos:Maria Jacobina ou Jacobé, irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro, Maximinio e Sara, uma negra serva das mulheres santas.
Eles foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.
Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Então nasceu a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz:
Dalto chucar diklô (Te darei um bonito lenço).
Kali, em sânscrito quer dizer negra, e foi acrescentado ao seu nome devido a cor bem morena de sua pele.

Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Ocorre procissão e festejos com banhos no mar. A imagem de Santa Sara é vestida de azul, rosa, branco e dourado, adornada de flores, jóias e lenços coloridos e levada para as águas do mar. Após o banho de mar, a imagem, volta ao altar onde os que participaram da procissão possam pedir suas graças.
Muitos buscam nos olhos de Santa Sara a obtenção das graças, pois nos olhos de Santa Sara, tudo está contido: a força de Deus, a força da mãe, a força do amor da irmã e da mulher, a força das mãos, a energia, o sorriso, a magia do toque e a paz. E assim, todos que buscam graças no seu olhar, retornam sempre aos pés de Santa Sara para agradecer.
Embora seja uma santa da igreja católica canonizada em 1712, até hoje a própria Igreja omite o seu culto.

Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

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MANTOS & LENÇOS

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Oferecer um manto ou um lenço à Santa Sara faz parte de seu culto e devoção. Geralmente os mantos ou lenços são para agradecer uma graça alcançada através de um pedido ou promessa.

AMARELO ou DOURADO
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Louvores. Agradecimento por vitória alcançada.

AZUL
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Proteção. Luz espiritual.
Poder intuitivo. Filhos.

BRANCO
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Paz de espírito. Casamento.
Agradecimento.

LILÁS
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Carinho. Amor correspondido.

PÚRPURA
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Prestígio e vantagens profissionais.

PRATEADO
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Benefícios através dos anjos e santos.

ROSA
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Amor, compaixão e maternidade.

VERDE
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Saúde, bens adquiridos e vitalidade.


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ORAÇÃO PARA O DIA DE SANTA SARA KALI
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Sob vossa proteção, caminho na confiança de sua bondade que junto com a virgem Maria, me protegem, me livrando do perigo...
Minha querida Santa Sara Kali, sinto o perfume do povo da lua, que passam deixando n aestrada do destino a mensagem de Jesus.
Tenho a boa sorte de seu povo que com suas roupas coloridas, me ensinam que querer é poder e eu posso...
Junto com as três Marias, a senhora olha por mim, me envolvendo com o perfume das flores, que nasceram de minha fé, quendo pedi seu auxilio...
Santa que aos pés de Jesus, deixastes suas lágrimas, pedindo justiça, ganhastes de Deus a benção de proteger a quem a senhora recorre, nos protegendo na estrada da vida...
Na procissão, onde as carruagens da fé passam, deixam um rastro de flores, indo em direção da lua, para comemorar ao som do violino, este dia especial em que um povo que te adora dançam para agradecer sua proteção.
Opatchá!!

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MENSAGEM
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Santa Sara Kali


Abençoada Senhora ,
Protedora dos caminhantes,
Conduza-nós com sua luz
na seguranças dos nossos passos
Assim como os anjos celestiais,
a conduziram.
Rogamos sua proteção
em nossos caminhos por essa vida !!






sexta-feira, 13 de maio de 2011

13 de MAIO - Homenagem aos Pretos Velhos







Os Pretos-Velhos representam a força, a sabedoria, o amor e a caridade.
Eles curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.
São humildes, não têm raiva ou ódio pelas humilhações e torturas que sofreram no passado.

Com seus cachimbos, fala pousada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião.

Eles são verdadeiros conselheiros mostrando a vida e seus caminhos.
São também psicólogos, amigos, confidentes e mentores espirituais; para alguns, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros.
Apoiados pelos exus desfazem trabalhos e atuam contra as forças negativas (o mal), espíritos obcessores e contra os exus pagãos (sem luz que trabalham na corrente negativa) que levam as pessoas ao lado negativo e a destruição.

Por isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar, não espere milagres ou que ele resolva seus problemas como “passe de mágica”.
A solução começa dentro de você mesmo, a partir do momento que você acredita.
Tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.

♥Essa é a sabedoria dos Pretos-Velhos...


Os Pretos-Velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram aprender
e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados.
Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor
próprio, a força de vontade e encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar
os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com
que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da
melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito.


Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se
fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue
carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se
entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo
peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou
aumente de acordo como encare seu destino e os acontecimentos de sua vida:


"Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás
tempestade. Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento pode tornar-se
alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado
aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade do futuro.
Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo
que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e
na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS" (Pai
Cipriano).


Características:
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♥Linha e Irradiação


Todos os Pretos-Velhos vem na linha de Obaluaiê, mas cada um vem na
irradiação de um Orixá diferente.


♥Fios de Contas (Guias)


Muitos dos Pretos-Velhos Gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa
Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou
Arruda.


♥Roupas


Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Pretas-Velhas às vezes
usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Pretos-Velhos às vezes usam chapéu de
palha.


♥Dia da semana: Segunda-feira


♥Cor representativa: preto e branco;


♥Fumo: cachimbos ou cigarros de palha.


Obs: Os Pretos-Velhos às vezes usam bengalas ou cajados.


♥Formas Incorporativas E Especialidade Dos Pretos-Velhos:


Sua forma de incorporação é compacta, sem dançar ou pular muito. A vibração
começa com um "peso" nas costas e uma inclinação de tronco para frente, e os
pés fixados no chão. Se locomovem apenas quando incorporam para as saudações
necessárias (atabaque, gongá, etc...) e depois sentam e praticam sua
caridade (Podemos encontrar alguns que se mantém em pé).


É possível ver Pretos-Velhos dançando, mais esse dançando é sutíl, e apenas
com movimentos dos ombros quando sentados.


Essa simplicidade se expande, tanto na sua maneira de ser e de falar. Usam
vocabulário simples, sem palavras rebuscadas.


A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mas
diferenças ocorrem porque os Pretos-Velhos são trabalhadores de orixás e
trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do Orixá para
quem eles trabalham.



É DIA DE PRETO-VELHO
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Treze de Maio não é só uma data como outras, não é um número neutro.
Dia 13 de maio de 1888 foi o dia da abolição da escravatura no Brasil.
O fim do cativeiro!
É DIA DE PRETO-VELHO
Na Umbanda, esse dia ( 13 de Maio ) é muito importante, um dia especial, dia reservado aos nossos queridos Pretos - Velhos e Pretas - Velhas. Entidades que trabalham na corrente africana representando os escravos.
Os escravos que se revoltavam com tantos tormentos, reagiam suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato e proprietários. A resistência também acontecia nas fugas das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana.
Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi.
A "macumba" era um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão.
Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas como reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros.
Outros ganharam alforria pelos seus senhores por causa das leis do Sexagenário, Ventre livre e enfim pela Lei Áurea.
Alguns negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária, a união da língua, culto aos Orixás e aos antepassados, tornando-se elementos de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África.
Muitos desses escravos atingiram avançada idade e junto com a idade o conhecimento.
Assim são os Pretos-Velhos da Umbanda.
Eles representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam. Eles curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.
Os Pretos - Velhos representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.
Muitos desses Pretos - Velhos foram os escravos que suportaram suas provas com resignação, com coragem, com muita humildade e com muito amor no coração.

Saravá Pai Preto e Mãe Preta !!!

Zumbi dos Palmares “O Guerreiro” (1655 - 1695)
Último líder da revolta do Quilombo dos Palmares, formado entre 1604 e 1694.
Zumbi era sobrinho de Ganga Zumba (o grande senhor), o rei do quilombo que chefiava outros 12 mocambos (acampamentos de escravos, índios e fugitivos brancos que se refugiavam da perseguição portuguesa), na serra da Barriga, se estendendo de Alagoas a Pernambuco.
Palmares chegou a reunir 20 mil pessoas em cerca de 6 mil casas, tendo começado com a fuga de 40 escravos dos engenhos de açúcar de Pernambuco.
Em 1678, Zumba aceita um acordo com o governador de Pernambuco, Aires de Souza e Castro, que prometia a libertação dos negros nascidos em Palmares e o livre comércio, em troca da rendição dos demais e o fim das fugas.
Mas Zumbi, guerreiro, filho de Ogum, não aceita o acordo e destitui Ganga Zumba do comando. Passa então a liderar a resistência contra os portugueses.
Quilombo dos Palmares que ao longo de sua história suportara cerca de 25 ataques, desde os holandeses, em 1644 e 1645, finalmente cai após a segunda investida do coronel Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista, em 6 de fevereiro de 1694.
Embora tenha conseguido fugir, Zumbi foi morto por André Furtado Mendonça em 20 de novembro de 1695, no seu esconderijo.Ele foi denunciado por Antônio Soares, “seu homem de confiança”.
Zumbi teve a cabeça decapitada e exposta na praça central de Recife, para inibir novas tentativas de revolta contra a escravidão.
A data de sua morte é lembrada como Dia Nacional da Consciência Negra.
Saravá o Guerreiro!


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Escrava Anastácia “A Princesa Negra”
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Cultuada no Brasil como santa e heroína, considerada uma das mais importantes figuras femininas da história negra, a saga da escrava Anastácia ainda tem o poder de nos emocionar.
Anastácia era filha de Delminda, negra da tribo Bantu, mais precisamente da “família real” Galanga, trazida para o Brasil em 1740, junto a um carregamento de 112 escravos.
Delminda, que era uma jovem muito formosa, ainda no cais do porto foi arrematada por mil réis, pelo feitor Antônio Rodrigues Velho.
Como era comum à condição das escravas negras, foi também violentada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual Anastácia, sua filha, nasceu com os olhos azuis.
Vendida grávida para Joaquina Pompeu, a mãe de Anastácia deu a luz à menina, ainda no mesmo ano, no dia 12 de maio.
Crescida e muito bonita, a escrava Anastácia tornou-se objeto de adoração do filho de sua dona, Joaquim Antônio.
O rapaz fazia de tudo para ter a moça, inclusive ofereceu dinheiro para que ela se deitasse com ele, mas ela recusou-se terminantemente.
Por nunca ter permitido a aproximação de Joaquim, Anastácia foi violentada e condenada a viver com uma máscara no rosto, que era retirada apenas durante as refeições.
Dizem que as mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, pois morriam de inveja e de ciúmes da beleza da “negra de olhos azuis”.
Durante muitos anos viveu desta maneira, morrendo no Rio de Janeiro em data incerta.
Os restos mortais estavam na Igreja do Rosário e sumiram após um incêndio, fazendo com que a crença popular tornasse a escrava um mito religioso, capaz de realizar, ainda nos dias de hoje, verdadeiros milagres.
Sua história foi recuperada em 1968, quando a Igreja do Rosário fez uma exposição em homenagem aos 90 anos da Abolição e nela estava o retrato pintado de Arago, que representava os escravos mineiros que eram obrigados a usar a máscara de ferro para que não ingerissem pepitas de ouro durante o trabalho forçado na mineração.
Neste momento, começou a ser considerada milagreira e hoje tem mais de 28 milhões de fiéis.
Saravá Mãe-Preta
A sua Benção para nós...

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Comentário de um Espírito de Luz
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O espírito de Anastácia é dotado de pujante LUZ e EQUILÍBRIO.
Com seu coração doce e iluminado, distribui o perdão e o amor ao Criador, encontrando em corações presos pelo egoísmo, pela cegueira espiritual, o campo mais profícuo de trabalho e bênçãos.
Libertando dos aguilhões da ilusão ela segue em nome de Jesus como estrela solitária e incansável iluminando os caminhos de quem busca a libertação.
A humildade e a aura de amor são as marcas de sua presença.
Socorrendo aos corações cansados, humilhados e doentes.
É mais uma benção de DEUS ao mundo, que trabalha incógnita por onde a LUZ se faça necessária.


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MENSAGEM
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Os pretos-velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram aprender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e o encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do karma e da causa e efeito. Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo com encare seu destino e os acontecimentos de sua vida: "Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade. Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento podeis tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS" (Pai Cipriano). Salve todos os PRETOS-VELHOS, que DEUS os iluminem e os abençoem. A todos os PRETOS-VELHOS que trabalham nesse mundo e no outro com muito amor. OBRIGADO!



SALVE PAI BENEDITO



Salve a corrente Sagrada de Preto-velho

Salve Pai Benedito


Pai Benedito é um velhinho bem simpático, de poucas falas, tem os cabelos e a barba bem branquinhos, olhos castanhos claros e bem negro. Viveu em Angola entre o ano de 1608 a 1630, logo depois foi vendido como escravo para fazendeiros brasileiros. Viveu sempre em cativeiro, trabalhando na lavoura de cana-de-açúcar. Naquele tempo já possuía o dom da cura, pois com as ervas já curava os ferimentos de seu povo, que eram feitos através das chibatas dos feitores e do trabalho árduo dos engenhos.Pai Benedito teve muitos filhos e netos, bisnetos, etc... Morreu aos 98 anos de velhice, cansado daquela vida. Mas antes de morrer tinha esperança na libertação de seu povo e de uma vida digna, em liberdade. Por serem espíritos que sofreram aqui na terra, são espíritos calmos, de muita sapiência, pois na época a única coisa que possuíam era à força de nosso Pai. Na falange dos Pretos Velhos, é benzedor, mandingueiro, usa ervas e mel em seus trabalhos. Fuma cigarro de palha, cachimbo e às vezes charutos, toma água com mel e marafo com mel.
Gosta de um bom feijão com farinha e rapadura. Seu temperamento é paciente, bom conselheiro, não fala muito. Não aprecia curiosidade inútil. Trabalha na umbanda e na quimbanda junto com Omulú, quando tem mandinga para ser tirada. Não gosta de injustiça, traição e nem orgulho e soberba de filho que trabalha em cajuá e nem de consulentes.Usa uma guia de contas de Nossa Senhora com crucifixo de madeira e duas figas uma de arruda e outra de guiné preta e vermelha ou preta e branca. Trabalha com o médium há algumas encarnações. Tem como cambone espiritual Pai Tomé que assume os trabalhos quando está na Quimbanda. Pai Benedito de Angola, trabalha para o homem físico no mundo material e no mundo espiritual, com as ervas de Oxóssi. Na Umbanda e na Quimbanda seus trabalhos são feitos nas matas e no cemitério, cruzeiros das almas.



Prece-poema a "Pai Benedito"
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Escrito por Pai Ronaldo Linares em 20 de Outubro de 1964,

Meu bondoso Preto-Velho!

Aqui estou de joelhos, agradecido contrito, aguardando sua benção.

Quantas vezes com a alma ferida, com o coração irado, com a mente entorpecida pela dor da injustiça eu clamava por vingança, e Tu, oculto lá no fundo do meu Eu, com bondade compassiva me sussurravas ESPERANÇA.

Quantas vezes desejei romper com a humanidade, enfrentar o mal com maldade, olho por olho, dente por dente, e Tu, escondido em minha mente, me dizias simplesmente:

" Sei que fere o coração a maldade e a traição, mas, responder com ofensas, não lhe trará a solução. Pára, pensa, medita e ofereça-lhe o perdão. Eu também sofri bastante, eu também fui humilhado, eu também me revoltei, também fui injustiçado.

Das savanas africanas, moço, forte, livre, num instante transformado em escravo acorrentado, nenhuma oportunidade eu tive. Uma revolta crescente me envolvia intensamente, por que algo me dizia, que eu nunca mais veria minha Aruanda de então, não ouviria a passarada, o bramir dos elefantes, o rugido do leão, minha raça de gigantes que tanto orgulho tivera, jazia despedaçada, nua, fria, acorrentada num infecto porão.
Um ódio intenso o meu peito atormentava, por que OIà não mandava uma grande tempestade? Que Xangô com seus raios partisse aquela nave amaldiçoada, que matasse aquela gente, que tão cruel se mostrara, que até minha pobre mãezinha, tão frágil, já tão velhinha, por maldade acorrentara. E Iemanjá, onde estava que nossa desgraça não via, nossa dor não sentia, o seu peito não sangrava? Seus ouvidos não ouviam a súplica que eu lhe fazia? Se Iemanjá ordenasse, o mar se abriria, as ondas nos envolveriam; ao meu povo ela daria a desejada esperança, e aos que nos escravizavam, a necessária vingança.

Porém, nada aconteceu, minha mãezinha não resistiu e morreu; seu corpo ao mar foi lançado, o meu povo amedrontado, no mercado foi vendido, uns pra cá, outros pra lá e, como gado, com ferro em brasa marcado.

Onde é que estava Ogum? Que aquela gente não vencia, onde estavam as suas armas, as suas lanças de guerra? Porém, nada acontecia, e a toda parte que olha, somente um coisa via... terra.

Terra que sempre exigia mais de nossos corpos suados, de nossos corpos cansados.

Era a senzala, era o tronco, o gato de sete rabos que nos arrancava o couro, era a lida, era a colheita que para nós era estafa, para o senhor era ouro.

Quantas vezes, depois que o sol se escondia, lá no fundo da senzala, com os mais velhos aprendia, que no nosso destino no fim não seria sempre assim, quantas vezes me disseram que Zambi olhava por mim.

Bem me lembro uma manhã, que o rancor era grande, vi sair da casa grande, a filha do meu patrão. Ingênua, desprotegida, meu pensamento voou: eis a hora da vingança, vou matar essa criança, vou vingar a minha gente, e se por isso morrer, sei que vou morrer contente.
a pequena caminhava alegre, despreocupada, vinha em minha direção, como a fera aguarda a caça, eu esperava ansioso, minha hora era chegada. Eu trazia as mãos suadas, nesse momento odioso, meu coração disparava, vi o tronco, vi o chicote, vi meu povo sofrendo, apodrecendo, morrendo e nada mais vi então. Correndo como um possesso, agarrei-a por um braço e levantei-a do chão.

Porém, para minha surpresa, mal eu ergui a menina, uma serpente ferina, como se ora o próprio vento, fere o espaço, errando, por minha causa, o seu bote foi tão fatal, tudo ocorreu tão de repente, tudo foi de forma tal, que ali parado eu ficara, olhando a serpente que sumia no matagal.

Depois, com a criança em meus braços, olhei meus punhos de aço que a deviam matar... olhei seus lindos olhinhos que insistiam em me fitar. Fez-me um gesto de carinho, eu estava emocionado, não sabia o que falar, não sabia o que pensar.

Meus pensamentos estavam numa grande confusão, vi a corrente, o tronco, as minhas mãos que vingavam, vi o chicote, a serpente errando o bote... senti um aperto no coração, as minhas mãos calejadas pelo machado, pela enxada, minhas mãos não matariam, não haveria vingança, pois meu Deus não permitira que morresse essa criança.

Assim o tempo passou, de rapaz forte de antes, bem pouca coisa restou, até que um dia chegou e Benedito acabou...

Mas, do outro lado da morte eu encontrei nova vida, mais longa, muito mais forte, mais de amor e de perdão, os sofrimentos de outrora já não importam agora, por que nada foi em vão...

Fomos mártires nessa vida, desta Umbanda tão querida, religião do coração, da paz, do amor, do perdão".

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Oração a Pai Benedito de Aruanda
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Salve São Benedito!
Saravá o Cruzeiro Santo das Almas!
Saravá o bondoso preto-velho de Umbanda
Pai Benedito de Aruanda, alma bendita e abençoada, que um dia nasceu nas terras da velha mãe África.
Suplico a tua força para me desamarrar dessas amarguras que depositaram em minhas costas.
Pai Benedito de Aruanda, fostes um grande rezador e curandeiro; livravas os infelizes das ganas dos males físicos e espirituais, me ajude agora e sempre, por onde meus pés cansados caminhar.
Cruza a tua pemba imaculadamente branca, como são teus cabelos, pedindo o Pai Olorum, Pai Zambi, Pai Oxalá para trazer paz em minha vida e a angústia do meu coração desaparecer.
Ao fumar o teu cachimbo, tua fumaça faz desenhos no ar, carregando o medo, a calúnia e tudo o que venha fazer meu coração sofrer.

Oh! Meu Pai Benedito de Aruanda , com tuas ervas reze para abrir meus caminhos, espantando meus inimigos, os feitiços e as ciladas bem armadas, me livrando e livrando meu Anjo da Guarda.
Grande preto-velho da seara da Umbanda, vencedor de muitas demandas, pois nunca vi perder uma parada, me dê às vitórias que preciso.

As Santas Almas te rendem homenagens meu bom preto-velho e as almas sofredoras como eu, pede a tua luz para clarear quem vive em trevas.

Pai Benedito de Aruanda , a partir de agora, respiro de alívio, pois sei, que diante desta reza, o meu hoje, o meu amanhã e o meu sempre, serão de alegria e de muitas felicidades.

Saravá! Ao grande Pai Benedito de Aruanda.




Mensagem de Pai Benedito de Aruanda
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Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso colocar seu amor em prática.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso sorrir a alguém que chora.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz não precisa mais do que seus braços e pernas.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso apenas o seu esforço próprio.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso persistir para conquistar.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso que este ideal seja Cristão.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso caminhar de mãos dadas.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso que compreenda mais as dificuldades.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso mais paciência perante os contratempos.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso ter fé em Deus e trabalhar pelo próximo.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso dar esperança a quem já desistiu da vida.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso dar a luz do consolo aos desesperados.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso que tenha conhecimento sobre si mesmo.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz precisa pôr este conhecimento em sua reforma.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso que ele se desprenda de si mesmo.
Um dia o homem vai entender:
Que para ser feliz é preciso FAZER ALGUÉM FELIZ.
O mundo precisa de caridade!
O mundo precisa de amor!
O mundo precisa de Jesus!
O mundo precisa de você!
Saravá!
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SALVE 13 DE MAIO!
NEM TODO BRANCO É BRANCO, NEM TODO PRETO É PRETO E NEM TODO VELHO É VELHO!
ESTA É A VERDADE DA UMBANDA!
AMAI-VOS UNS AOS OUTROS E INSTRUÍ-VOS
ESTE FOI O MANDAMENTO DO NOSSO MESTRE JESUS .



Fica aqui a minha pequena homenagem à esse povo que tanto amo.
Obrigada Pai benedito pelos conselhos, pelos puxões de orelha, pelas orientações e também pela paciência que o Senhor tem comigo aqui na terra.
Peço pai Benedito que esteja sempre ao nosso lado, nos fortalecendo e amparando sempre. Um Fraterno Saravá à Corrente Africana.
Salve a Linha de Preto-Velho!
Saravá pai benedito !!!
Bjoss a todos
Alma.



domingo, 8 de maio de 2011

PEQUENA HOMENAGEM A MINHA MÃE OXUM

Hoje dia das mães, faço uma pequena homenagem a minha mãe oxum.



O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum
Assim como, por conseqüência, a Felicidade!
Oraie iê! Minha Mãe Oxum!


Oxum consegue emanar e transmitir com tanta Força, sua Doçura, o seu Amor Incondicional.

E com toda a sua sutileza ela consegue levar amor a todos que necessitar, purificando seus corações e seus espíritos levando-os a grandes transformações.

Oxum é o Orixá irradiador do Amor Divino e da Concepção da Vida em todos os sentidos. Como “Mãe da Concepção” ela estimula a união e favorece a conquista da Riqueza Espiritual e a Abundância Material.


Amor Puro
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É a Mãe da Água Doce, Rainha das Cachoeiras, Deusa da Candura e da Meiguice. Orixá da Prosperidade e da Riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada a maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Iemanjá.

Oxum é o Amor, é a capacidade de sentir o amor. A partir desse amor é o que se dá a origem às Agregações, e conseqüentemente origina a concepção das coisas.

Elo que Une e Agrega
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Ela é o elo que une os Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida.

Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.

Fecunda, Gera e Cuida
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A regência fascinante de Oxum é o processo de fecundação, na multiplicação da célula mater. É Oxum quem gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela.

Oxum, rainha das águas. É, sem dúvida alguma, das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. É Oxum que “tomará conta” até o nascimento, quando, então entrega à Iemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança.

Mãe das Crianças
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Oxum não vê defeitos nos seus filhos, são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver o seu brilho. É por isso que Oxum é a Mãe das Crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.

Os seus filhos, melhor, suas jóias são a sua maior riqueza.

Personagem Marcante
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De menina-moça faceira, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita se colocada em segundo plano, afirmando-em todas as circunstâncias da vida.

Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum, como também não podemos segurá-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino, considerada a Deusa do Amor, a Vênus africana.

Felicidade
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O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, por conseqüência, a Felicidade.

Como as águas dos rios, a força de Oxum vai à todos os cantos da Terra. ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxossi, esfria o aço forjador por Ogum, lava as feridas de Obaluaê, compõe a luz do arco-íris de Oxumaré.

Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é por que

Ela esta dentro de nós!

Significados
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•Saudação: Salve Senhora da Bondade e da Benevolência
Oraie iê Oxum
Eri ieiê ô
Ore yèyé o
Ai iê ieu Mamãe Oxum

•Ponto de Força: Água Doce – cachoeiras, rios ou nascentes.
•Dia da Semana: Sábado
•Elementos: Água, ouro
•Cores: Amarelo, dourado, rosa, azul claro, azul escuro e lilás
Amarelo/dourado (mel) – prosperidade
Rosa – amor (exemplo conjugal)
Azul claro – harmonização (exemplo filho)
Azul escuro – regeneração, espiritualidade, fé
Lilás – calma, tranqüilidade, sabedoria
•Pedras: Ametista, quartzo rosa, pirita
Comidas
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Canjica amarela, pipoca em pó, xinxim de galinha, cana-de-açúcar e mais:

Ipetê
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Inhames cozidos e pilado com cebola e gengibre ralado com camarões secos socados, com azeite de dendê e sal a gosto.

Axoxô
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Milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.

Ado ou Adum
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É a comida feita
de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel.

Omolocum ou Mulucum
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É feito com feijão-frade, cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 05 ou 08 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação

Oxum é a dona do ovo, ou seja é a maior célula viva.
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Instrumentos – Ferramentas
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Abebê
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Leque/espelho tem a forma circular feito em latão ou dourado, traz um espelho no centro e desenhos simbólicos de vaidade de Oxum, muitas vezes é usado como arma de guerra, pois Oxum coloca-o contra o sol e ofusca seus inimigos.

Ide
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Uma argola de cobre que todos os iniciados de Oxum devem colocar nos seus braços, representa uma verdadeira jóia.

Braceletes
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Numerosos braceletes de “cobre” – metal mais precioso do país Iorubá nos tempos antigos.

Algumas Ervas de Oxum
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•Alfavaca de cobra
•Camará-cambará
•Camomila Marcela
•Erva Cidreira
•Erva de Santa Maria
•Ipê amarelo
•Morango
•Rosa amarela
•Rosa branca
•Jasmim

Algumas Lendas de Oxum
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Oxum é Concebida por Iemanjá e Orunmilá
Um dia Orunmilá saiu de seu palácio para dar um passeio acompanhado de todo seu séquito.

Em certo ponto deparou com outro cortejo, do qual a figura principal era uma mulher muito bonita.

Orunmilá ficou impressionado com tanta beleza e mandou Exu, seu mensageiro, averiguar quem era ela.

Exu apresentou-se antes a mulher com todas as reverências e falou que seu senhor, Orunmilá, gostaria de saber seu nome.

Ela disse que era Iemanjá, rainha das águas e esposa de Oxalá.

Exu voltou à presença de Orunmilá e relatou tudo o que soubera da identidade da mulher.

Orunmilá, então, mandou convidá-la ao seu palácio, dizendo que desejava conhecê-la.

Iemanjá não atendeu o seu convite de imediato, mas um dia foi visitar Orunmilá.

Ninguém sabe ao certo o que se passou no palácio, mas o fato é que Iemanjá ficou grávida depois da visita a Orunmilá.

Iemanjá deu a luz a uma linda menina.

Como Iemanjá já tivera muitos filhos com seu marido, Orunmilá enviou Exu para comprovar se a criança era mesmo filha dele.

Ele devia procurar sinais no corpo.

Se a menina apresentasse alguma marca, mancha ou caroço na cabeça seria filha de Orunmilá e deveria ser levada para viver com ele.

Assim foi atestado, pelas marcas de nascença, que a criança mais nova de Iemanjá era de Orunmilá.

Foi criada pelo pai, que satisfazia todos os seus caprichos.

Por isso cresceu cheia de vontades e vaidades, o nome dessa filha é Oxum.



Oxum Faz as Mulheres Estéreis em Represália aos Homens
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Logo que o mundo foi criado,

Todos os orixás vieram para a Terra

E começaram a tomar decisões e dividir encargos entre eles,

Em conciliábulos nos quais somente os homens podiam participar.

Oxum nao se coformava com essa situação.

Ressentida pela exclusão, ela vingou-se dos orixás masculinos.

Condenou todas as mulheres à esterelidade,

De sorte que qualquer iniciativa masculina

No sentido da fertilidade era fadada ao fracasso.

Por isso, os homens foram consultar Olodumare.

Estavam muito alarmados e não sabiam o que fazer

Sem filhos para criar nem herdeiros para quem deixar suas posses,

Sem novos braços para criar novas riquezas e fazer as guerras e sem descendentes para não deixar morrer suas memórias.

Olodumare soube, então, que Oxum fora excluída das reuniões.

Ele acoselhou os Orixás a convidá-la, e às outras mulheres,

Pois sem Oxum e seu poder sobre a fecundidade

Nada poderia ir adiante.

Os Orixás seguiram os sábios conselhos de Olodumare

E assim suas iniciativas voltaram a ter sucesso.

As mulheres tornaram a gerar filhos

E a vida na Terra prosperou.



Oxum Difama Oxalá e Ele a Faz Rica Para se Livrar Dela
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Houve um tempo em que existia uma modesta rapariga

Que vivia a se gabar de sua simplicidade,

Mas que nada mais fazia senão procurar ter sucesso na vida.

Ela se chamava Oxum.

Ela desejava ter muitas riquezas.

Um dia, pediram a Oxum para levar um ebó à casa de Oxalá,

Dando-lhe a oportuanidade de pedir pessoalmente a ele o que quisesse.

Chegando à morada de Oxalá,

Ela entregou o ebó, mas não pode entrar.

Pôs-se de pé bem no portão da casa e começou a maldizer o morador.

Dizia palavras cruéis sobre o velho

A todos os que passavam pela rua.

Dizia que todos falavam muito mal de Oxalá,

Que diziam que ele era um velho perverso e mesquinho

E que tinham prova disso.

Oxum falava que todos lhe diziam

Que ela nunca conseguiu nada de Oxalá,

Porque ele era um egoísta sem igual.

E daí para pior.

As palavras de Oxum abalaram a cidade.

Oxum passava o dia a difamar Oxalá,

Falava e falava sem parar.

Então, os amigos se Oxalá o aconselharam

A dar àquela rapariga tudo o que ela quisesse,

Antes que ela o desmoralizasse por completo.

Não havia outro meio de fazer Oxum parar com suas calúnias.

Como Oxum não cessava de falar suas maldades

E como os amigos reiteravam o conselho dado,

Oxalá chamou Oxum e lhe concedeu tudo o que pedia.

Oxum tornou-se dona de muitas riquezas,

Como nenhuma outra mulher jamais foi.



Oxum Deita-se com Exu Para Aprender o Jogo de Búzios
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Obatalá, o Senhor do Pano Branco

Aprendeu com Orunmilá a arte da adivinhação.

Aprendeu o oráculo dos obis e dos búzios,

A divinhação com opelê, contudo

Orunmilá jamais ensinou para ninguém.

Só os babalaôs podem jogar com o opelê, a cadeia de Ifã.

Muitas pessoas queriam aprender com Obatalá

A arte de ler o destino nos búzios.

Obatalá dizia que seu conhecimento

Era resultado da confiança que Orunmilá depositara nele

E portanto negava-se a passar adiante essa arte.

Entre os que queriam tal conhecimento estava Oxum,

A bonita esposa de Xangô.

Oxum pediu muitas vezes para Obatalá

Ensinar-lhe o conhecimento do Ifã.

Mesmo estando muito atraído pela bela Oxum,

Obatalá recusou-se a ensiná-la.

Um dia Obatalá saiu da cidade

E foi banhar-se num rio próximo.

Deixou sua roupa sobre a moita e foi para a água.

Enquanto Obatalá se banhava,

Exu sempre atento às chances de desarrumar as coisas,

Aproximou-se da margem do rio.

Ele viu as roupas brancas sobre o arbusto

E as reconheceu como sendo de Obatalá.

Pondo as mãos em concha sobre a boca,

Gritou zombeteiro:

“Ó Senhor do Pano Branco ainda é senhor

Quando está sem a roupa?”

Exu pegou as roupas de Obatalá e foi-se embora.

Foi dançando alegre e feliz com sua brincadeira.

Quando Obatalá saiu da água,

Viu-se sem as suas imaculadas vestes brancas.

Como faria para voltar para a cidade assim?

Se aquela situação era humilhante para qualquer um,

Que dirá para Obatalá?

Obatalá andando nu?

Obatalá ficou ali angustiado,

Sem saber o que fazer.

Oxum, que vinha andando pela trilha em direção ao rio,

Viu Obatalá naquele estado

E logo perguntou-lhe que havia acontecido.

E contou tudo.

Oxum disse então que iria até Exu

Para trazer as roupas de volta.

Obatalá avisou que ninguém conseguia lidar com Exu,

Mas Oxum insistiu que era capaz de dobrar o espertalhão.

Em troca, porém, ela exigiu os conhecimentos da adivinhação.

Ele negou e ela insistiu.

Oxum mostrou que ele não tinha saída.

Como Obatalá ia andar nu por ai?

Que vergonha! Que falta de decoro! Um rei nu?

Obatalá concordou, fizeram um trato.

Oxum foi a procura de Exu

E finalmente o encontrou numa encruzilhada,

Comendo seus ebós.

Quando ele a viu, ficou endoidecido por sua beleza

E, porque Exu é como é,

Tentou imediatamente ter relações sexuais com ela.

Oxum rejeitou Exu e exigiu as roupas que ele roubara.

Exu só pensava em deitar-se com Oxum

E não queria discutir outra coisa.

Até que finalmente eles fizeram um acordo.

Oxum deitou-se com Exu

E em troca recebeu as roupas furtadas.

Voltou a margem do rio, onde esperava Obatalá.

Obatalá recebeu as roupas e as vestiu.

Então voltou para a cidade

E, honrando sua palavra,

Ensinou Oxum a jogar búzios e obis.

Desde então Oxum tem também o segredo do oráculo.




Sou Como a Água
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Nenhuma barreira poderá represar-me e impedir que me torne um oceano

Se barrarem minha passagem colocando grandes pedras no meu leito

Converter-me-ei em torrente, em cachoeira, e saltarei impetuosa

Se me fecharem todas as saídas, eu me infiltrarei no subsolo

Permanecerei oculta por algum tempo

Mas não tardarei a reaparecer

Em breve estarei jorrando através de fontes cristalinas

Para saciar a sede dos transeuntes

Se me impedirem também de penetrar no subsolo

Eu me transformarei em vapor

Formarei Nuvens e cobrirei o céu

E, chegando a hora, atrairei furacão, provocarei relâmpagos

Desabarei torrencialmente, inundarei e romperei quaisquer diques

E serei finalmente um grande oceano.

-Massaharu Taniguchi-