segunda-feira, 4 de abril de 2011
Na Curva da Estrada...
Ainda me recordo da primeira vez que a vi, parada e sorrindo na curva da grande estrada. A bainha da saia de muitas cores, levantada até a altura da cintura e o sorriso era a coisa mais pura, parecendo uma deusa encantada.
Lindos brincos de argola presos à orelha, um lenço de seda que parecia macio como lã de ovelha cobria-lhe os cabelos grandes e esvoaçados. Um pequeno sinal junto aos lábios carnudos davam-lhe um toque a mais nos seus olhos escuros cujo brilho jamais por mim fora sonhado.
Seu corpo era uma obra de arte, havia beleza em todas as partes, desde o movimento do pescoço, a cintura fina, as pernas torneadas, os seios exuberantes e no rosto o sorriso dengoso.
Me encantava todas as vezes que a via, mas quando estacionava o caminhão ela simplesmente desaparecia, como se aquilo fosse uma brincadeira. Encontrei-a por muitas estradas do meu caminho, no norte, no sul, leste e oeste e já até sonhava tê-la como companheira.
Mas como sempre acontecia, de repente ela sumia como se fosse apenas uma visão. Mesmo sem chegar perto, mesmo de vê-la somente da boléia do caminhão, aquela encantadora criatura invadiu meu coração.
Continuo hoje por estes caminhos sem fim e me agrada acreditar que ela está sempre perto de mim, e que de alguma forma é como meu anjo protetor. Um dia espero que me permita chegar junto dela e de uma forma singela, lhe falar do meu amor.
E quando algum dia alguém perguntar por onde estará o caminhoneiro agora, já terá vencido minha hora, esta vida estará terminada. Muitos certamente responderão, sem qualquer hesitação: - Partiu com a Ciganinha da Estrada.
Warley Rodrigues
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.