Um dia encontrei uma cigana
que, insistiu em ler a minha mão,
queria falar do meu destino.
Eu não quis lhe dar atenção,
disse que não acreditava
nessas coisas de adivinhação.
Ela não desistiu e tanto fez
que resolvi estender a mão.
Eu era quase uma menina
mas já me interessava
por coisas de amores.
Será que ela vai acertar?
Ela me falou coisas banais
acontecidos no meu dia a dia.
Fez comentários, elogios e
depois... muito séria, me falou:
Menina, tu és namoradeira!
Não queira se complicar.
Não te apresses, o teu dia
vai chegar, não vá correr
atrás de um sonho enganoso.
Na vida, é preciso esperar.
Vai com calma menina...
o teu amor vai chegar!
Se a gente quer amar
antes do tempo certo.
Corre o risco de adiante
cair e se machucar.
Sorri... não acreditei.
Me mentia a tal cigana!
Tinha certeza no amor,
seria muito feliz!
Mas, aconteceu assim...
do jeitinho que ela disse.
Abri mão da adolescência,
foi uma grande burrice!
O meu amor chegou tarde,
já era mulher madura.
Não queria me apegar,
quis viver uma aventura.
Sem querer, me apaixonei
e vivi um grande amor!
Não acreditava nos homens.
E com medo de perder
o tesouro descoberto,
para não sofrer outra vez,
preferi ficar sozinha,
curtindo o que deu certo!
Ainda hoje me lembro
da cigana e do que disse.
Vestida de cetim barato,
vermelho, muito vistoso!
Cabelos compridos,
unhas pintadas e batom.
Nunca mais a vi andando
pelas ruas da cidade.
Acampavam alguns dias
e usavam sua arte
pra ganhar alguns trocados
e poder sobreviver.
Algumas pessoas as recebiam,
escondidas, em suas casas
ou nos fundos de suas lojas,
para que ninguém soubesse
que acreditavam na sorte
lida nas mãos e nas cartas.
Mentia? Falava a verdade?
Nada cobrou, ganhei sua simpatia.
Corri atrás de um sonho...
Tropecei... fui enganada.
Não escutei o que disse.
Comigo aconteceu, foi verdade!
Foi assim o meu... DESTINO!
Marisa Roque da Fonsêca.
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