domingo, 8 de maio de 2011

PEQUENA HOMENAGEM A MINHA MÃE OXUM

Hoje dia das mães, faço uma pequena homenagem a minha mãe oxum.



O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum
Assim como, por conseqüência, a Felicidade!
Oraie iê! Minha Mãe Oxum!


Oxum consegue emanar e transmitir com tanta Força, sua Doçura, o seu Amor Incondicional.

E com toda a sua sutileza ela consegue levar amor a todos que necessitar, purificando seus corações e seus espíritos levando-os a grandes transformações.

Oxum é o Orixá irradiador do Amor Divino e da Concepção da Vida em todos os sentidos. Como “Mãe da Concepção” ela estimula a união e favorece a conquista da Riqueza Espiritual e a Abundância Material.


Amor Puro
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É a Mãe da Água Doce, Rainha das Cachoeiras, Deusa da Candura e da Meiguice. Orixá da Prosperidade e da Riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada a maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Iemanjá.

Oxum é o Amor, é a capacidade de sentir o amor. A partir desse amor é o que se dá a origem às Agregações, e conseqüentemente origina a concepção das coisas.

Elo que Une e Agrega
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Ela é o elo que une os Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida.

Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.

Fecunda, Gera e Cuida
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A regência fascinante de Oxum é o processo de fecundação, na multiplicação da célula mater. É Oxum quem gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela.

Oxum, rainha das águas. É, sem dúvida alguma, das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. É Oxum que “tomará conta” até o nascimento, quando, então entrega à Iemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança.

Mãe das Crianças
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Oxum não vê defeitos nos seus filhos, são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver o seu brilho. É por isso que Oxum é a Mãe das Crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.

Os seus filhos, melhor, suas jóias são a sua maior riqueza.

Personagem Marcante
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De menina-moça faceira, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita se colocada em segundo plano, afirmando-em todas as circunstâncias da vida.

Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum, como também não podemos segurá-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino, considerada a Deusa do Amor, a Vênus africana.

Felicidade
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O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, por conseqüência, a Felicidade.

Como as águas dos rios, a força de Oxum vai à todos os cantos da Terra. ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxossi, esfria o aço forjador por Ogum, lava as feridas de Obaluaê, compõe a luz do arco-íris de Oxumaré.

Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é por que

Ela esta dentro de nós!

Significados
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•Saudação: Salve Senhora da Bondade e da Benevolência
Oraie iê Oxum
Eri ieiê ô
Ore yèyé o
Ai iê ieu Mamãe Oxum

•Ponto de Força: Água Doce – cachoeiras, rios ou nascentes.
•Dia da Semana: Sábado
•Elementos: Água, ouro
•Cores: Amarelo, dourado, rosa, azul claro, azul escuro e lilás
Amarelo/dourado (mel) – prosperidade
Rosa – amor (exemplo conjugal)
Azul claro – harmonização (exemplo filho)
Azul escuro – regeneração, espiritualidade, fé
Lilás – calma, tranqüilidade, sabedoria
•Pedras: Ametista, quartzo rosa, pirita
Comidas
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Canjica amarela, pipoca em pó, xinxim de galinha, cana-de-açúcar e mais:

Ipetê
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Inhames cozidos e pilado com cebola e gengibre ralado com camarões secos socados, com azeite de dendê e sal a gosto.

Axoxô
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Milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.

Ado ou Adum
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É a comida feita
de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel.

Omolocum ou Mulucum
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É feito com feijão-frade, cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 05 ou 08 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação

Oxum é a dona do ovo, ou seja é a maior célula viva.
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Instrumentos – Ferramentas
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Abebê
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Leque/espelho tem a forma circular feito em latão ou dourado, traz um espelho no centro e desenhos simbólicos de vaidade de Oxum, muitas vezes é usado como arma de guerra, pois Oxum coloca-o contra o sol e ofusca seus inimigos.

Ide
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Uma argola de cobre que todos os iniciados de Oxum devem colocar nos seus braços, representa uma verdadeira jóia.

Braceletes
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Numerosos braceletes de “cobre” – metal mais precioso do país Iorubá nos tempos antigos.

Algumas Ervas de Oxum
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•Alfavaca de cobra
•Camará-cambará
•Camomila Marcela
•Erva Cidreira
•Erva de Santa Maria
•Ipê amarelo
•Morango
•Rosa amarela
•Rosa branca
•Jasmim

Algumas Lendas de Oxum
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Oxum é Concebida por Iemanjá e Orunmilá
Um dia Orunmilá saiu de seu palácio para dar um passeio acompanhado de todo seu séquito.

Em certo ponto deparou com outro cortejo, do qual a figura principal era uma mulher muito bonita.

Orunmilá ficou impressionado com tanta beleza e mandou Exu, seu mensageiro, averiguar quem era ela.

Exu apresentou-se antes a mulher com todas as reverências e falou que seu senhor, Orunmilá, gostaria de saber seu nome.

Ela disse que era Iemanjá, rainha das águas e esposa de Oxalá.

Exu voltou à presença de Orunmilá e relatou tudo o que soubera da identidade da mulher.

Orunmilá, então, mandou convidá-la ao seu palácio, dizendo que desejava conhecê-la.

Iemanjá não atendeu o seu convite de imediato, mas um dia foi visitar Orunmilá.

Ninguém sabe ao certo o que se passou no palácio, mas o fato é que Iemanjá ficou grávida depois da visita a Orunmilá.

Iemanjá deu a luz a uma linda menina.

Como Iemanjá já tivera muitos filhos com seu marido, Orunmilá enviou Exu para comprovar se a criança era mesmo filha dele.

Ele devia procurar sinais no corpo.

Se a menina apresentasse alguma marca, mancha ou caroço na cabeça seria filha de Orunmilá e deveria ser levada para viver com ele.

Assim foi atestado, pelas marcas de nascença, que a criança mais nova de Iemanjá era de Orunmilá.

Foi criada pelo pai, que satisfazia todos os seus caprichos.

Por isso cresceu cheia de vontades e vaidades, o nome dessa filha é Oxum.



Oxum Faz as Mulheres Estéreis em Represália aos Homens
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Logo que o mundo foi criado,

Todos os orixás vieram para a Terra

E começaram a tomar decisões e dividir encargos entre eles,

Em conciliábulos nos quais somente os homens podiam participar.

Oxum nao se coformava com essa situação.

Ressentida pela exclusão, ela vingou-se dos orixás masculinos.

Condenou todas as mulheres à esterelidade,

De sorte que qualquer iniciativa masculina

No sentido da fertilidade era fadada ao fracasso.

Por isso, os homens foram consultar Olodumare.

Estavam muito alarmados e não sabiam o que fazer

Sem filhos para criar nem herdeiros para quem deixar suas posses,

Sem novos braços para criar novas riquezas e fazer as guerras e sem descendentes para não deixar morrer suas memórias.

Olodumare soube, então, que Oxum fora excluída das reuniões.

Ele acoselhou os Orixás a convidá-la, e às outras mulheres,

Pois sem Oxum e seu poder sobre a fecundidade

Nada poderia ir adiante.

Os Orixás seguiram os sábios conselhos de Olodumare

E assim suas iniciativas voltaram a ter sucesso.

As mulheres tornaram a gerar filhos

E a vida na Terra prosperou.



Oxum Difama Oxalá e Ele a Faz Rica Para se Livrar Dela
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Houve um tempo em que existia uma modesta rapariga

Que vivia a se gabar de sua simplicidade,

Mas que nada mais fazia senão procurar ter sucesso na vida.

Ela se chamava Oxum.

Ela desejava ter muitas riquezas.

Um dia, pediram a Oxum para levar um ebó à casa de Oxalá,

Dando-lhe a oportuanidade de pedir pessoalmente a ele o que quisesse.

Chegando à morada de Oxalá,

Ela entregou o ebó, mas não pode entrar.

Pôs-se de pé bem no portão da casa e começou a maldizer o morador.

Dizia palavras cruéis sobre o velho

A todos os que passavam pela rua.

Dizia que todos falavam muito mal de Oxalá,

Que diziam que ele era um velho perverso e mesquinho

E que tinham prova disso.

Oxum falava que todos lhe diziam

Que ela nunca conseguiu nada de Oxalá,

Porque ele era um egoísta sem igual.

E daí para pior.

As palavras de Oxum abalaram a cidade.

Oxum passava o dia a difamar Oxalá,

Falava e falava sem parar.

Então, os amigos se Oxalá o aconselharam

A dar àquela rapariga tudo o que ela quisesse,

Antes que ela o desmoralizasse por completo.

Não havia outro meio de fazer Oxum parar com suas calúnias.

Como Oxum não cessava de falar suas maldades

E como os amigos reiteravam o conselho dado,

Oxalá chamou Oxum e lhe concedeu tudo o que pedia.

Oxum tornou-se dona de muitas riquezas,

Como nenhuma outra mulher jamais foi.



Oxum Deita-se com Exu Para Aprender o Jogo de Búzios
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Obatalá, o Senhor do Pano Branco

Aprendeu com Orunmilá a arte da adivinhação.

Aprendeu o oráculo dos obis e dos búzios,

A divinhação com opelê, contudo

Orunmilá jamais ensinou para ninguém.

Só os babalaôs podem jogar com o opelê, a cadeia de Ifã.

Muitas pessoas queriam aprender com Obatalá

A arte de ler o destino nos búzios.

Obatalá dizia que seu conhecimento

Era resultado da confiança que Orunmilá depositara nele

E portanto negava-se a passar adiante essa arte.

Entre os que queriam tal conhecimento estava Oxum,

A bonita esposa de Xangô.

Oxum pediu muitas vezes para Obatalá

Ensinar-lhe o conhecimento do Ifã.

Mesmo estando muito atraído pela bela Oxum,

Obatalá recusou-se a ensiná-la.

Um dia Obatalá saiu da cidade

E foi banhar-se num rio próximo.

Deixou sua roupa sobre a moita e foi para a água.

Enquanto Obatalá se banhava,

Exu sempre atento às chances de desarrumar as coisas,

Aproximou-se da margem do rio.

Ele viu as roupas brancas sobre o arbusto

E as reconheceu como sendo de Obatalá.

Pondo as mãos em concha sobre a boca,

Gritou zombeteiro:

“Ó Senhor do Pano Branco ainda é senhor

Quando está sem a roupa?”

Exu pegou as roupas de Obatalá e foi-se embora.

Foi dançando alegre e feliz com sua brincadeira.

Quando Obatalá saiu da água,

Viu-se sem as suas imaculadas vestes brancas.

Como faria para voltar para a cidade assim?

Se aquela situação era humilhante para qualquer um,

Que dirá para Obatalá?

Obatalá andando nu?

Obatalá ficou ali angustiado,

Sem saber o que fazer.

Oxum, que vinha andando pela trilha em direção ao rio,

Viu Obatalá naquele estado

E logo perguntou-lhe que havia acontecido.

E contou tudo.

Oxum disse então que iria até Exu

Para trazer as roupas de volta.

Obatalá avisou que ninguém conseguia lidar com Exu,

Mas Oxum insistiu que era capaz de dobrar o espertalhão.

Em troca, porém, ela exigiu os conhecimentos da adivinhação.

Ele negou e ela insistiu.

Oxum mostrou que ele não tinha saída.

Como Obatalá ia andar nu por ai?

Que vergonha! Que falta de decoro! Um rei nu?

Obatalá concordou, fizeram um trato.

Oxum foi a procura de Exu

E finalmente o encontrou numa encruzilhada,

Comendo seus ebós.

Quando ele a viu, ficou endoidecido por sua beleza

E, porque Exu é como é,

Tentou imediatamente ter relações sexuais com ela.

Oxum rejeitou Exu e exigiu as roupas que ele roubara.

Exu só pensava em deitar-se com Oxum

E não queria discutir outra coisa.

Até que finalmente eles fizeram um acordo.

Oxum deitou-se com Exu

E em troca recebeu as roupas furtadas.

Voltou a margem do rio, onde esperava Obatalá.

Obatalá recebeu as roupas e as vestiu.

Então voltou para a cidade

E, honrando sua palavra,

Ensinou Oxum a jogar búzios e obis.

Desde então Oxum tem também o segredo do oráculo.




Sou Como a Água
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Nenhuma barreira poderá represar-me e impedir que me torne um oceano

Se barrarem minha passagem colocando grandes pedras no meu leito

Converter-me-ei em torrente, em cachoeira, e saltarei impetuosa

Se me fecharem todas as saídas, eu me infiltrarei no subsolo

Permanecerei oculta por algum tempo

Mas não tardarei a reaparecer

Em breve estarei jorrando através de fontes cristalinas

Para saciar a sede dos transeuntes

Se me impedirem também de penetrar no subsolo

Eu me transformarei em vapor

Formarei Nuvens e cobrirei o céu

E, chegando a hora, atrairei furacão, provocarei relâmpagos

Desabarei torrencialmente, inundarei e romperei quaisquer diques

E serei finalmente um grande oceano.

-Massaharu Taniguchi-

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